Design, arte e café para respirar ☕️

  • Aos pedaços

    Aos pedaços

    Me acostumei a estar aos pedaços 
    e a me remontar tudo outra vez

    E se precisar despedaçar de novo
    Tiro de letra ao cair aos pedaços

    O luto e eu somos íntimos
    Porque quando em luto perco
    Em luto me remonto

    Sou artista de mim mesma
    e cada vez que me despedaço
    Quebro formando outros desenhos
    E me remonto como outra obra de arte 

    Em Agosto de 2024 eu estava de luto. Minha avó faleceu um dia depois do meu aniversário, dia 12 de Agosto. Foi neste período que escrevei isso. Escrevendo me conforto.

    Isabella Felix

  • Plástico bolha

    Plástico bolha

    Neste quarto sem dimensão
    Sinto os espaços vazios
    Ainda vou vestir aquela roupa
    Caber em todos os espaços
    Vou deitar na minha cama
    Gozar em vidro estilhaçado
    Me sentir aos pedaços
    A mercê de um acaso
    Deixa eu te chamar
    No menor dos sussurros
    Te prender na minha teia
    Devorar o que sobrou de você
    E se restar alguma coisa
    Deve ser algo semelhante a mim
    E você pode até pensar que sou
    Pequena e intragável
    Mas se te chamo para fugir comigo
    É para fazer um estrago onde passarmos
    Pode caminhar sem medo baby
    Eu me cortei no caminho por você

    Isabella Felix

    Quando escrevi isso, estava meio sonolenta. Não sabia bem se estava dormindo ou acordada. Também não pensei muito. Eu apenas lembrava das palavras que havia sonhado e comecei a escrever. Não sei te dizer, leitor, o que aconteceu comigo. De repente esse tipo de coisa me atormenta. Como um chamado para a poesia. Logo eu, que muitas vezes achei que ela havia me abandonado. Sigo orgulhosa, de cada palavra que escrevo, cada pedaço de arte que brota de mim para o universo.

  • Desgaste

    Desgaste

    O que me corrói é o viver

    Conforto é saber que não estou só

    Estamos intimamente feridos

    Nadando desesperadamente

    e jamais encontrando a superfície

    Isabella Felix